Em busca de esclarecimentos acerca do incidente ocorrido na empresa Localfrio, especialmente no que se refere à fiscalização do trabalho realizado e dos potenciais riscos ofertados à população dos arredores, o presidente da Câmara Municipal de Guarujá, Ronald Nicolaci Fincatti, anunciou nesta sexta-feira (15), a criação de uma comissão assuntos relevantes, que ficará incumbida de apurar todos os fatos relacionados ao episódio.

O objetivo é assegurar a punição aos eventuais culpados pelos danos provocados e, sobretudo, eliminar a possibilidade de ocorrência de novos fatos semelhantes.

O grupo será oficialmente definido logo após o recesso parlamentar, no início de fevereiro, mas desde a tarde desta quinta-feira (14) vários vereadores já se mobilizam com objetivo de prestar auxílio às vítimas e principalmente tranquilizar os moradores de Vicente de Carvalho - que desde então têm manifestado grande apreensão em razão dos fatos presenciados e cobrado rigor das autoridades na aplicação das devidas sanções.

"Passado o susto, as pessoas agora querem respostas. Querem saber o que motivou esse incêndio; quem foram os responsáveis; se estão residindo em áreas seguras, ou não. Enfim, há uma série de questionamentos que agora vieram à tona e precisam ser esclarecidos", enfatiza Nicolaci. Desde a tarde de quinta-feira, assim que tomou conhecimento da situação, ele tem mantido contato permanente com as autoridades envolvidas (sejam elas do Porto, das Forças Armadas, do Município, assim como do Estado), a exemplo de outros vereadores que também tem acompanhado o caso de perto desde o primeiro momento.

"Nossa preocupação inicial era com as vítimas e o grau de nocividade das substâncias que vazavam. Já fui membro dos planos de auxílio mútuo do município, e que também agregam várias empresas portuárias quando esse tipo de fato ocorre. Tenho mantido contato com todas as autoridades que fazem parte desses grupos. Embora não tenha havido nenhuma vítima fatal, é certo que outros inúmeros danos foram causados, até mesmo psicológicos, já que o clima geral é de medo entre as pessoas. A verdade é que toda população da Baixada Santista corre risco em razão da presença dessas indústrias químicas em nossa área portuária. E, portanto, temos que nos cercar de todas as precauções para eliminar esses riscos".

REQUERIMENTO SEM RESPOSTA
A preocupação quanto a possíveis acidentes do gênero nos terminais portuários da Cidade já vinha sendo manifestada pela Câmara Municipal desde maio de 2015, quando ocorreu o incêndio da Ultracargo, na Alemoa, em Santos.

À época, foi aprovado requerimento do vereador Luciano China, que questionava, junto à Cetesb, Codesp, Corpo de Bombeiros, Ministério Público e Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a existência de um plano de prevenção a acidentes e catástrofes nos terminais portuários locais, assim como também pedia detalhes sobre o trabalho de fiscalização promovido por esses órgãos públicos. No entanto, nenhuma resposta foi dada até hoje.