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GUARUJÁ, A PÉROLA DO ATLÂNTICO

A ocupação da Ilha de Santo Amaro, onde está localizada Guarujá e Vicente de Carvalho, data de aproximadamente 3.900 anos atrás. Os primeiros habitantes foram os Homens dos Sambaquis, semi-nômades, que viviam da coleta de alimentos, de caça e principalmente dos produtos do mar. Não conheciam a agricultura. Os Sambaquis existentes na Ilha foram destruídos para a construção de estradas e construção civil, eram montes formados por acúmulos de conchas , provavelmente construídos para enterrar os mortos, ou para rituais religiosos ou rituais festivos.

Os índios Tupi originários da Ásia, cerca de 2000 anos atrás não moravam na Ilha mas vinham aqui tomar banho de mar e apanhar sal. Moravam no Planalto, hoje São Paulo. Os Tupi deram o nome: Ilha de Guaibê ou Guaru-ya. Guaibê significa Lugar de Carangueijo (Azevedo Marques) ou Cipó de Amarrar (Gaspar Soares de Souza), Guaru-ya significa Passagem Estreita (João Mendes de Almeida) ou Viveiro de Sapos ou Rãs (Frei Gaspar da Madre).

OCUPAÇÃO

Os primeiros colonizadores portugueses ao chegarem a região trouxeram outra pronúncia ao nome Guaru-ya, que passou a ser Guarujá. José Adorno, ao construir uma capela em 1544 na região, em homenagem a Santo Amaro, deu o nome definitivo a Ilha que abrigava Guarujá.

A Ilha de Santo Amaro, foi visitada pela primeira vez no dia 22 de Janeiro de 1502 pelos exploradores portugueses André Gonçalves, Américo Vespúcio e suas armadas. Mais precisamente, essa visita ocorreu na parte ocidental da ilha, conhecida atualmente como Praia Santa Cruz dos Navegantes.

Contudo, devido à topografia, hostilidade indígena e áreas pantanosas a cidade ficou por mais de 300 anos abandonada. Tendo apenas a extração de óleo de baleia, pesca e poucos engenhos de açúcar como atividade econômica.

Com o passar do tempo as pessoas que viviam dessa economia foram formando um pequeno povoado, sendo assim, por um decreto imperial de 1832, Guarujá passou a condição de Vila.

VILA BALNEÁRIA

Em 1893, Guarujá foi promovida a Vila Balneária de Guarujá. Para isso foram encomendados dos Estados Unidos um hotel, uma igreja, um cassino e 46 chalés residenciais desmontáveis. Além de receber serviços de água, esgoto e luz elétrica.

Em 30 de Junho de 1934 a cidade recebeu o título de Estância Balneária e em 1947 passou a ser considerada município devido ao seu crescimento contínuo.

Com uma natureza exuberante espalhada por 27 praias com belezas totalmente diferentes que atraiam os turistas para a região, Guarujá foi reconhecido internacionalmente, na década de 70, com o título de “Pérola do Atlântico”.

Atualmente a cidade continua a ser referência nacional na qualidade de suas praias, o desenvolvimento econômico das últimas décadas trouxe grandes investimentos ao setor portuário, náutico, hoteleiro, empresarial, imobiliário e do comércio. Hoje Guarujá é o destino ideal para quem quer desfrutar das belezas naturais e garantir e um passeio com muita diversão e cultura.

 

 

ILHA DO ARVOREDO
A ilha do arvoredo está localizada em frente à praia de Pernambuco, a 1,6 km da costa. Com uma área de 36 mil metros quadrados, a ilha serve de palco para pesquisas ecológicas e científicas. Foi cedida em 1950 pelo Serviço de Patrimônio da União ao engenheiro mecânico Fernando Eduardo Lee para fins científicos. Após a morte do seu idealizador em 1994, a ilha passou a ser administrada pela Universidade de Ribeirão Preto que atualmente está à frente da direção da Fundação que leva o nome do engenheiro. A ilha é auto sustentável, com sistemas de captação de água potável, energia solar e eólica, o acesso à ilha é feito pelo mar e pela phoenix de concreto que está a mais de trinta metros de altura e serve como trava para o guindaste que iça os visitantes através de uma cesta. A visitação ao local é controlada pela fundação.

 

ARMAÇÃO DAS BALEIAS
Localizada na margem do canal de Bertioga, a Armação das Baleias foi um importante marco econômico colonial nos séculos XVIII e XIX. Local que tinha como sua atividade a extração do óleo de baleia, destinado à iluminação pública e ao aproveitamento de seus derivados. Foi a primeira indústria extrativista que funcionou na Ilha de Santo Amaro. A indústria dos produtos de baleia foi uma das permitidas neste período, aqui no Brasil pelos portugueses. Havia uma sucursal da Armação das Baleias na Praia do Góes, hoje inexistente.

 

ERMIDA DO GUAIBÊ
A Capela do século XVI é encontrada na região próxima à armação das Baleias feita de pedra e óleo de baleia, atualmente em ruínas, é tida como capela quinhentista de Santo Antônio, construída por José Adorno, frequentada pelo Padre Anchieta que nela haveria rezado missas e catequizado índios. O cruzeiro de pedra do século XVI pertencente à Ermida, encontra-se no Museu Paulista (Museu do Ipiranga) na cidade de São Paulo.

 

SAMBAQUI
Guarujá abriga um dos sambaquis (aglomerados de conchas) mais antigos do país, segundo arqueólogos da USP – Universidade de São Paulo, estas estruturas foram construídas por civilizações pré-históricas há mais de 8 mil anos com intuito de ser um local sagrado e de rituais fúnebres. Foi batizado pelos estudiosos como Sambaqui Monte Cabrão e também já foi registrado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como parte de um sítio arqueológico na cidade.

 

 

CRONOLOGIA HISTÓRICA DA ILHA DE SANTO AMARO:

 

1502 - Expedição de Gaspar Lemos ou André Gonçalves, trazia Américo Vespúcio que avistara a Ilha Guarujá, indo em direção a Ilha Goiaó, atual São Vicente.

1532 - Expedição de Martin Afonso de Souza chega a São Vicente, juntamente com Pedro Lopes de Souza.

1540 - Fundação do primeiro povoado da Ilha de Santo Amaro (nome européio) por Estevam da Costa e Jorge Ferreira.

1545 - Instalação do primeiro engenho de cana-de-açúcar, construção da Capela de Nossa Senhora da Apresentação, e a construção da Capela Santo Amaro (dando nome definitivo a Ilha).

1552 - Braz Cubas substituiu um fortim de madeira erguido por Martin Afonso de Souza, em defesa contra os piratas, na entrada da Barra de Bertioga, pela Fortaleza de São Felipe.

1553 - Hans Staden, comandante do Forte São Felipe, naufraga e é capturado pelos índios Tamoios. Milagrosamente libertado retorna a Europa onde escreveu a obra "Duas viagens ao Brasil, 1547-1555".

1584 - Após a invasão do Pirata Inglês, Edward Fenton constrói-se a Fortaleza da Barra Grande.

1670 - Início da construção da Fortaleza do Itapema.

1699 - Fundação da primeira indústria da região, Armação das Baleias (1699-1830), no Canal de Bertioga.

1715 - Primeiro êxodo rural.

1765 - Primeiro Censo acusa 536 moradores.

1860 - A família Miguel Francisco Bueno Chaves adquire o Sitio da Glória.

1892 - A Companhia Prado Chaves adquire junto à Praia das Pitangueiras e parte do Sitio da Glória, extensa s áreas de terra. Começa a urbanização (Vila Balneária).

1893 - 4 de Setembro, inaugurada a Vila Balneária.

1897 - Incêndio destrói o Grande Hotel (reconstruído passou a chamar Grande Hotel La Plage).

1911 - Plantações de bananas, riquezas agrícolas da região.

1920 - Fase áurea do jogo e do turismo.

1923 - Criado o Distrito de Paz de Guarujá (a Ilha continuou um distrito de Santos até 1934).

1934 - Emancipação Administrativa em 30 de Junho (autonomia municipal).

1940 - Construção do Forte dos Andradas.

1948 - Instalada a Câmara Municipal de Guarujá.

1953 - Criado o Distrito de Vicente de Carvalho (antigo Itapema).

1962 - Criada a Comarca de Guarujá.

1965 - Instalado o Fórum da Cidade de Guarujá.

 




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